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Reserva do Rio Iratapuru no Amapá conquista certificação inédita de conservação ambiental

Expedição encontra faixa de árvores gigantes na RDS do Rio Iratapuru, no Amapá A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru, no Sul do A...

Reserva do Rio Iratapuru no Amapá conquista certificação inédita de conservação ambiental
Reserva do Rio Iratapuru no Amapá conquista certificação inédita de conservação ambiental (Foto: Reprodução)

Expedição encontra faixa de árvores gigantes na RDS do Rio Iratapuru, no Amapá A Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Rio Iratapuru, no Sul do Amapá, foi incluída na Lista Verde da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). O selo reconhece a proteção da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais em uma área de mais de 800 mil hectares. É a primeira reserva estadual do Brasil a receber a certificação. O processo foi coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema), com apoio de comunidades e organizações sociais. A área abrange os municípios de Laranjal do Jari, Mazagão e Pedra Branca do Amapari. Baixe o app do g1 para ver notícias do AP em tempo real e de graça Marcos Almeida, diretor de Desenvolvimento Ambiental da Sema, destaca a certificação como um ‘Oscar’ da gestão ambiental. A avaliação durou três anos, com auditorias e análise do plano de gestão da unidade “É uma analogia realmente a um Oscar ambiental de gestão, onde é avaliado desde o seu plano de gestão, seu plano de gestor, o plano de aplicação do fundo da biodiversidade, que também ele direciona e dá recursos anuais para as populações daquela região”, disse Marcos. O manejo sustentável foi um dos principais critérios avaliados. A região se destaca pela produção da castanha-do-Brasil, que valoriza saberes tradicionais e fortalece a sociobiodiversidade. RDS do Rio Iratapuru Diego Moreira/Divulgação A Sema também fez consulta pública com as comunidades para avaliar a relação de gestão com o Estado. “Temos apoiado as comunidades para que mantenham seu modo de vida e o extrativismo da castanha, conhecida mundialmente. É uma participação social real, em que o Estado faz a gestão, mas as comunidades também atuam na proteção, no monitoramento e na preservação da cultura e dos saberes locais”, relembrou o diretor. Para os extrativistas, a certificação confirma que estão no caminho certo. Márcio André Furtado, representante da comunidade, disse que o selo deve orientar a gestão da reserva nos próximos anos. “Ainda temos muito a aprender sobre como a certificação vai ajudar as comunidades. Mas já temos certeza de que estamos no caminho da preservação ambiental junto com o desenvolvimento socioeconômico. O plano de gestão para os próximos anos deve orientar e melhorar a administração da unidade”, disse Márcio. A produção de castanha é a base da economia local. A coleta é manual e sustentável, sem derrubar árvores. Além da venda da castanha, há produção de óleo usado em alimentos e cosméticos. Os moradores atuam por meio da Cooperativa Comaru, criada em 1992 para dar autonomia aos castanheiros e evitar a exploração por atravessadores. Você sabia? O Amapá tem 21 unidades de conservação, que correspondem a cerca de 50% da área do estado RDS do Rio Iratapuru A reserva foi criada em 1997 e é formada por floresta tropical úmida, com árvores de grande porte e alto valor econômico. Recentemente, pesquisadores localizaram árvores gigantes com mais de 70 metros de altura na reserva. As espécies são conhecidas como angelim-vermelho e equivalem a um prédio de 24 andares. Em 2021, a reserva também foi palco da descoberta da maior castanheira já registrada no Brasil, com 66 metros de altura. LEIA TAMBÉM: Manguezais da costa do Amapá passam por nova campanha de monitoramento Onde fica a árvore mais alta da Amazônia? Conheça o ‘santuário das gigantes’ Pesquisadores chegam à árvore mais alta da Amazônia, de 88,5 metros e cerca de 400 anos Expedição coleta plantas arbóreas na Reserva do Rio Iratapuru, em Laranjal do Jari, no Amapá Israel Cardoso/GEA Entenda o que é a Lista Verde A Lista Verde da UICN é uma certificação internacional que reconhece áreas protegidas que funcionam de forma eficaz, garantindo conservação da natureza e benefícios sociais. A expectativa é que a certificação atraia novos investimentos para o Amapá. O selo não é definitivo e depende da continuidade das ações de conservação. Técnicos da UICN seguirão monitorando a área. Expedição coleta plantas arbóreas na Reserva do Rio Iratapuru, em Laranjal do Jari, no Amapá Israel Cardoso/GEA Veja o plantão de últimas notícias do g1 Amapá VÍDEOS com as notícias do Amapá: