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Relator da PEC da Segurança quer propor referendo sobre redução da maioridade penal

O relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, deputado Mendonça Filho (União-PE) vai propor a realização de um referend...

Relator da PEC da Segurança quer propor referendo sobre redução da maioridade penal
Relator da PEC da Segurança quer propor referendo sobre redução da maioridade penal (Foto: Reprodução)

O relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, deputado Mendonça Filho (União-PE) vai propor a realização de um referendo, em 2028, para que a população decida se é favor da redução da maioridade penal para crimes violentos ou relacionados ao crime organizado. A sugestão é que a maioridade seja reduzida para 16 anos. 🔎A PEC da Segurança Pública cria mecanismos para integrar forças de segurança pública do país. A primeira versão do parecer foi apresentada pelo relator da PEC na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (União-PE), nesta terça-feira (9) após reunião com lideranças partidiárias e o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Outra proposta apresentada pelo relator é o fim da progressão do regime de pena para condenados por envolvimento com o crime organizado ou por crimes violentos. A medida acabaria com a possibilidade de esses criminosos saírem de uma modalidade mais severa e passarem a cumprir pena em um regime mais brando. 🔎A PEC da Segurança, como é conhecida, foi enviada ao Congresso pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e, agora, está em análise em uma comissão especial. A votação no colegiado especial é a última etapa antes de a proposta ser enviada ao plenário. Segundo Mendonça Filho, a expectativa é de que a PEC seja submetida à votação no colegiado especial na próxima terça-feira (16). O relator espera que o conjunto dos deputados também analise a proposta na próxima semana. Para ser aprovada, a PEC da Segurança precisará reunir ao menos 308 votos favoráveis no plenário, em dois turnos de votação. "Na quarta, faço a leitura do relatório na comissão especial. São duas sessões de pedido de vista. Provavelmente a votação ficará para a próxima terça-feira. Depois, vai para o plenário", disse ao g1. O Palácio do Planalto enxerga a PEC como uma das principais ações para combater o crime organizado. Também avalia que a proposta contribui para fortalecer a provável candidatura de Lula à reeleição em 2026, à medida que a segurança pública se torna mais relevante nas pesquisas de intenção de voto. Ao longo dos últimos meses, governadores e secretários estaduais de segurança fizeram críticas ao texto, alegando que a proposta do Planalto poderia tirar autonomia dos estados e "engessar" as forças de segurança locais. O texto da proposta permite que o governo federal defina diretrizes nacionais para a atuação das forças de segurança. Também prevê que as corporações atuem de forma integrada. Em seu parecer, Mendonça Filho, que é crítico do governo Lula, decidiu excluir um trecho que dizia que caberia exclusivamente à União definir normas gerais de segurança pública, defesa social e sistema penitenciário. O parecer do deputado prevê que estados poderão estabelecer regras sobre a gestão de presos. Também estabelece que, além da União, os estados e os municípios também poderão legislar sobre segurança pública. As polícias seguirão subordinadas aos governadores. O deputado propôs inserir na Constituição mecanismos que autorizam e estimulam a integração e a criação de forças-tarefas para investigar e combater o crime organizado. Uma das medidas autoriza o compartilhamento de dados, com uma flexibilização para as regras de tratamento de informações. A proposta também amplia competências da atual Polícia Rodoviária Federal (PRF). Pelo texto, além das rodovias, elas também poderão atuar em hidrovias e ferrovias.