Projeto de escola pública usa literatura de cordel para ensinar alimentação saudável, em Campina Grande

Projeto une literatura de cordel e alimentação saudável Um projeto educativo uniu a literatura de cordel com o hábito da alimentação saudável dentro da t...

Projeto une literatura de cordel e alimentação saudável Um projeto educativo uniu a literatura de cordel com o hábito da alimentação saudável dentro da turma de português de uma escola municipal da zona rural de Campina Grande. Desenvolvido pela professora Mirelly Azevedo, a atividade, que rendeu sete cordéis publicados pelos próprios alunos, começou como uma forma de incentivar o aprendizado de uma maneira diferente. “O meu pai era poeta cordelista e eu acredito muito que nasceu daí a grande vontade de levar o mundo literário para os meus alunos através dos versos", explica a professora. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 PB no WhatsApp A proposta de Mirelly para os alunos foi a de criar, através de cordéis, narrativas sobre a importância da alimentação saudável no cotidiano das pessoas e discutir sobre as consequências do alto consumo de alimentos pobres em nutrientes para a saúde do corpo humano. Para Sandri Santana, diretor da escola onde o projeto foi desenvolvido, ter a oportunidade de ver os alunos empolgados ao escreverem os córdéis e aprenderem mais sobre a literatura de cordel é gratificante. “Valorizamos muito a leitura, o cordel, que é uma das expressões mais bonitas da nossa cultura popular, então é muito gratificante ver os alunos interessados na leitura", disse. Projeto nasceu na sala de aula da professora de português Mirelly Azevedo, em Campina Grande TV Paraíba/Reprodução De acordo com a aluna Samya Sthefanne, uma das ideias desenvolvidas nos cordéis produzidos em sala de aula foi a de um embate entre alimentos saudáveis e não saudáveis, onde eles eram personificados e discutiam entre si sobre as razões pelas quais um era mais merecedor de estar presente na dieta das pessoas do que o outro. “São vários elementos, saudáveis e não saudáveis, e eles começam a discutir. Cada um com seu ponto de vista sobre o porquê eles acham que deveriam ser consumidos", conta a menina. Já a narrativa criada pela estudante Rayssa Maria conta a história de uma menina viciada em comer salsicha. O alimento, que é um ultraprocessado rico em sódio, estava em todas as refeições da garota, que começou a sofrer com problemas de saúde provocados pela má alimentação. “Ela era uma menina muito viciada em comer salsicha, comia todos os dias. Só que ela começou a passar mal, a saúde dela ficou mal… Então ela procurou ajuda e no final conseguiu parar de comer tanta salsicha. A mensagem que eu quero passar é que você não precisa parar de comer esses alimentos, mas precisa reduzi-los da sua rotina", explica Rayssa. Cordel escrito pela aluna Raysa Maria, de uma escola municipal da Zona Rural de Campina Grande TV Paraíba/Reprodução Cultivo de sementes em casa Os alunos ainda receberam sementes da professora para realizar o plantio de alimentos em casa, como forma de promover a alimentação saudável e o cultivo através da própria terra. “A professora me deu uma semente de coentro, eu levei para casa, adubei, plantei. Demorou umas semanas para ela crescer, mas eu gostei de ver ela nascendo”, compartilhou a estudante Ketllylen Oliveira. As obras da literatura de cordel produzidas pelos alunos foram expostas na Praça da Bandeira, no Centro de Campina Grande, onde eles puderam apresentar seus trabalhos e falar sobre a mensagem deles para o público. “Foi uma experiência incrível. A gente deu alguns cordéis, as pessoas amaram e foi uma coisa inesquecível", disse Sofia de Araújo, uma das integrantes da turma que fez parte do projeto. Para a professora, o sucesso da atividade é motivo de orgulho, e faz com que ela siga tentando novas formas de tornar o processo de aprendizado da escrita e da leitura em sala de aula mais prazeroso e divertido para os alunos. “Orgulho de uma professora de português que tenta todos os dias fazer com que os alunos aprendam a ler e a escrever e façam isso bem. Quando eu vejo resultados como esse, eu fico muito orgulhosa, muito feliz", afirmou a professora. Vídeos mais assistidos do g1 da Paraíba