EUA anunciam nova estratégia de segurança nacional com menos foco no Oriente Médio e Europa, e priorizando América Latina e China
Os Estados Unidos anunciaram uma nova estratégia de segurança nacional, e o presidente Donald Trump informou quais são as prioridades dele na política exte...
Os Estados Unidos anunciaram uma nova estratégia de segurança nacional, e o presidente Donald Trump informou quais são as prioridades dele na política externa americana. A “estratégia” faz, segundo a Casa Branca, uma correção de rumos. Esse tipo de documento costuma ser publicado a cada novo mandato de um presidente. O governo americano afirma que quer compartilhar as obrigações. Em um recado aos europeus, declara que aliados devem assumir mais responsabilidade por suas regiões e resume: “Os dias em que os Estados Unidos sustentavam toda a ordem mundial terminaram”. O documento afirma que os interesses principais da política externa vão se concentrar na América Latina e na Ásia. As prioridades são: acabar com a era da imigração em massa, reindustrializar a economia americana, reduzir déficits comerciais e promover a paz. Na nova doutrina, o governo americano afirma que não quer intervir em outros países, mas que é preciso alcançar a paz por meio da demonstração da força. Também vê a paz como oportunidade para costurar acordos e abrir mercados. Tudo isso fica claro na parte do documento sobre as disputas com a China. A estratégia destaca que é preciso garantir a superioridade militar de Taiwan e aliados para impedir um conflito na região, e explica que a área é uma rota comercial importante. A China vê Taiwan como uma província rebelde e já sinalizou que planeja tomar a ilha. O texto afirma que essa região da Ásia é um dos principais campos de batalha econômicos e geopolíticos do século. EUA anunciam nova estratégia de segurança nacional com menos foco no Oriente Médio e Europa, e priorizando América Latina e China Jornal Nacional/ Reprodução O texto também fala em reequilibrar a relação econômica dos americanos com os chineses e defende o fim do que chama de práticas comerciais desleais, roubo de propriedade intelectual e espionagem industrial. Os Estados Unidos também querem encorajar outros países a comprar menos da China. O especialista Brian Winter, vice-presidente de estratégia política do Conselho das Américas, diz que o documento fala da China tanto como rival quanto como parceiro: “Isso reflete a estratégia um pouco diversa do presidente Trump sobre esse tema. Um dia ele está usando linguagem muito hostil e outro dia ele está falando por telefone com o Xi Jinping. Então, como sempre, com o presidente Trump, cada dia é uma caixa de surpresas”. Com mais de 30 páginas, a nova estratégia dedica somente três parágrafos e outras duas menções à África. O texto defende priorizar parcerias comerciais no lugar da ajuda para o continente. Em relação ao Oriente Médio, o documento afirma que os Estados Unidos querem impedir que uma potência adversária domine os suprimentos de petróleo e gás e as rotas estratégicas da região. Mas também querem evitar “guerras intermináveis”. O texto anuncia uma mudança importante: os dias em que o Oriente Médio dominava a política externa americana chegaram ao fim. O documento avalia que, agora, os Estados Unidos estão expandindo a produção de energia, já não dependem tanto de outros países, e a gestão Trump conseguiu enfraquecer o Irã e negociar um cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas. “Nas décadas mais recentes era o Oriente Médio, onde os Estados Unidos sempre tinham vontade de intervir, de tentar influenciar e fomentar a democracia. Agora, esse novo documento diz basicamente que tem que respeitar os países do Oriente Médio e deixar eles como estão”, afirma Brian Winter. LEIA TAMBÉM Governo Trump vai reajustar presença militar global para focar na América Latina Foco militar na América Latina, 'apagamento civilizatório' na Europa, olho em Taiwan: o que diz a nova estratégia militar e de política externa do governo Trump