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Dólar abre em alta à espera do Caged e das falas de Galípolo

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O dólar começou a quinta-feira (27) em leve alta, avançando 0,09% às 9h02, para R$ 5,3395. Já o Ibovespa...

Dólar abre em alta à espera do Caged e das falas de Galípolo
Dólar abre em alta à espera do Caged e das falas de Galípolo (Foto: Reprodução)

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair O dólar começou a quinta-feira (27) em leve alta, avançando 0,09% às 9h02, para R$ 5,3395. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, abre às 10h. O dia promete um ritmo mais lento nos mercados, influenciado pelo feriado nos Estados Unidos e por uma agenda doméstica marcada por dados de emprego e decisões relevantes na política monetária. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça ▶️ O feriado de Ação de Graças reduz o volume de negócios, já que as bolsas e o mercado de títulos nos EUA permanecem fechados. As operações voltam na sexta-feira, mas em um pregão mais curto, previsto para encerrar às 15h no horário de Brasília. ▶️ No Brasil, o destaque é a divulgação do Caged de outubro. Analistas projetam a criação de cerca de 105 mil empregos formais, número que deve ajudar a balizar expectativas sobre o ritmo do mercado de trabalho. ▶️ À tarde, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, participa do evento Perspectivas 2026, organizado pelo Itaú Asset Management. Depois, integra a reunião virtual do Conselho Monetário Nacional, que ocorre no mesmo período em que o CMN conduz seu encontro mensal regular. ▶️ A reunião do CMN ganha maior peso por acontecer no rastro da liquidação do Banco Master. Além de Galípolo, participam os diretores Ailton de Aquino e Gilneu Vivan. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também marca presença, de forma remota, às 15h. ▶️ No pregão anterior, o Ibovespa renovou recordes e encerrou acima dos 158 mil pontos pela primeira vez. O movimento refletiu apostas crescentes de que o Federal Reserve pode promover um novo corte de juros em 2025, cenário que tende a estimular a entrada de capital estrangeiro na bolsa brasileira. Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado. 💲Dólar a Acumulado da semana: -1,23%; Acumulado do mês: -0,84%; Acumulado do ano: -13,68%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: +2,45%; Acumulado do mês: +6,03%; Acumulado do ano: +31,82%. Despesas pessoais pressionam IPCA-15 em novembro O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerada a prévia da inflação oficial do país, subiu 0,20% em novembro, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta manhã. Em 12 meses, a alta acumulada é de 4,50%, um pouco menor do que no período anterior. O grupo que mais pesou no bolso do brasileiro em novembro, segundo a prévia, foi o de despesas pessoais, com alta de 0,85%. Saúde e cuidados pessoais aumentaram 0,29%, e transportes subiram 0,22%. Já alguns itens ficaram mais baratos, como artigos para o lar, que tiveram queda de 0,20%. Em outubro, a inflação oficial medida pelo IPCA havia desacelerado para 0,09%, o menor resultado para o mês desde 1998, segundo o IBGE. Na ocasião, o grupo Vestuário foi o que mais pesou no bolso do consumidor, enquanto a conta de luz trouxe algum alívio após meses de alta. O resultado divulgado nesta quarta-feira representa uma desaceleração importante para a inflação brasileira e coloca os preços no acumulado de 12 meses dentro do intervalo de tolerância da meta de inflação estabelecida pelo CMN — a meta é de 3%, mas é considerada atingida se ficar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Apesar de positivo, no entanto, o presidente do BC, Gabriel Galípolo já indicou que a instituição ainda está insatisfeita com os níveis de inflação. Na véspera, o banqueiro central disse que a instituição não segue o limite superior da meta, mas sim o centro do alvo. As afirmações de Galípolo indicam que o BC ainda pode manter a taxa básica de juros (Selic) em patamares elevados por mais tempo. A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) acontece entre 9 e 10 de dezembro. De olho no fiscal Outro ponto que segue na mira dos investidores é o quadro fiscal brasileiro. Nesta quarta-feira, o Tesouro Nacional informou que as contas do governo registraram um superávit primário de R$ 36,5 bilhões em outubro. 🔎 O superávit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam acima das despesas do governo. Se as receitas ficam abaixo as despesas, o resultado é um déficit primário. Esses valores não englobam os juros da dívida pública. Mesmo superavitário, no entanto, o número ainda representa uma piora em relação ao mesmo mês do ano passado (R$ 43 bilhões) e é o pior resultado para um mês de outubro desde 2023 (R$ 20 bilhões). Além disso, o resultado ainda está distante da meta fiscal do governo para este ano, que é o de zerar o déficit nas contas públicas. Nesse cenário, também ficou no radar as falas do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan e a sanção do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Segundo Durigan, o governo ainda busca R$ 30 bilhões para fechar o orçamento de 2026 e atingir a meta de superávit nas contas no próximo ano. Para isso, terá de aprovar projetos no Congresso até o fim de 2025. ➡️Entre os textos está uma proposta do senador Renan Calheiros (MDB-AL), que eleva a tributação sobre as apostas online, conhecidas como "bets", sobre "fintechs" (empresas de tecnologia do mercado financeiro), e que também fixa uma tributação maior dos juros sobre capital próprio. Questionado por jornalistas, o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, reafirmou que a lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda é fiscalmente neutra, ou seja, não gera perda de arrecadação. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sanciona nesta quarta-feira o projeto que isenta do Imposto de Renda quem recebe até R$ 5 mil por mês. O texto também cria um desconto no IR para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350 mensais. As mudanças passarão a valer em janeiro de 2026. ➡️ O g1 preparou uma reportagem com as principais perguntas e respostas sobre o tema (clique aqui para ver). Além disso, calculadoras mostram quanto você deixará de pagar e o que muda para quem tem alta renda. LEIA TAMBÉM Nova isenção gera ganho mensal de até R$ 313; veja simulação por faixa salarial Cobrança mínima para a alta renda começa em R$ 0,10 com nova regra; entenda Dados e juros nos Estados Unidos Por fim, os mercados também ficaram atentos à divulgação de novos dados econômicos nos Estados Unidos. Após a divulgação do payroll — relatório oficial de emprego do país —, na semana passada, o destaque da sessão ficou com o Livro Bege do Fed. O documento indicou que a atividade econômica dos EUA sofreu pouca alteração nas últimas semanas, embora o emprego tenha sido mais fraco em cerca de metade dos 12 distritos do Federal Reserve. Além disso, os gastos de consumidores também diminuíram. Publicado duas semanas antes de cada reunião de política monetária do Fed, o relatório tem o objetivo de ajudar o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) a avaliar a saúde da economia dos EUA. Com o vácuo de dados deixado pela paralisação recorde de 43 dias do governo, que se estendeu até meados de novembro, o Livro Bege deve ter mais peso do que o normal na próxima reunião entre dirigentes do Fed, que acontece em dezembro. As autoridades do BC norte-americano estão divididas se continuam a cortar as taxas dos EUA ou se optam pela manutenção dos juros. A taxa básica está agora na faixa de 3,75% a 4,00%. Bolsas globais Em Nova York, os três principais índices de Wall Street fecharam em alta, conforme cresciam as apostas de um novo corte de juros por parte do Fed. Esse foi o quarto dia seguido de ganhos antes do feriado de Ação de Graças. O Dow Jones avançou 0,67%, enquanto o S&P 500 subiu 0,68%. Já o Nasdaq Composite teve ganhos de 0,81%. As bolsas da Europa também tiveram ganhos nesta quarta, acompanhando o clima mais positivo no mercado mundial. Investidores estão animados com a possibilidade de corte de juros nos Estados Unidos pelo Fed. Empresas de tecnologia também puxaram os ganhos do dia. O principal índice europeu, o Stoxx 600, subiu 1,09%. Londres avançou 0,85%; Frankfurt ganhou 0,98%; Paris subiu 0,88%; Milão avançou 1,01%; Madri teve alta de 1,36%; Lisboa fechou com ganho de 0,95%. Já as bolsas da Ásia fecharam em alta nesta quarta-feira, influenciadas pelo bom humor em Wall Street e pelos resultados positivos da Alibaba, uma das maiores empresas de tecnologia da China. A Alibaba, dona da plataforma de compras AliExpress, divulgou lucro acima do esperado e disse que vai investir muito mais em inteligência artificial, o que animou os investidores do setor. Nos EUA, dados econômicos recentes também aumentaram a expectativa de que o Fed americano possa cortar os juros em dezembro, o que também ajuda a puxar os mercados para cima. Pelos países: Tóquio subiu 1,9%; Hong Kong teve leve alta de 0,13% Xangai caiu 0,15% Shenzhen (CSI300) subiu 0,61% Seul avançou 2,67% Taiwan subiu 1,85% Cingapura teve alta de 0,36% Sydney avançou 0,81% O dólar opera cotado acima de R$ 6,00 no mercado à vista na manhã desta quarta-feira, 9, estendendo ganhos frente ao real pelo quarto pregão consecutivo, diante do acirramento da guerra comercial entre os EUA e a China. Adriana Toffetti/Estadão Conteúdo