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Dias após chorarem por morte de criança no PR, socorristas atendem parto na mesma rodovia: 'Sentimos todas as ocorrências'

Equipe de socorristas faz parto na BR-277 Seis dias depois de ser registrada chorando pela morte de uma criança em uma batida entre caminhões na BR-277, em Cu...

Dias após chorarem por morte de criança no PR, socorristas atendem parto na mesma rodovia: 'Sentimos todas as ocorrências'
Dias após chorarem por morte de criança no PR, socorristas atendem parto na mesma rodovia: 'Sentimos todas as ocorrências' (Foto: Reprodução)

Equipe de socorristas faz parto na BR-277 Seis dias depois de ser registrada chorando pela morte de uma criança em uma batida entre caminhões na BR-277, em Curitiba, a equipe de socorristas da Via Araucária atendeu a um parto na mesma rodovia. O atendimento ao nascimento de Ayla Maria, na terça-feira (21), foi o primeiro parto realizado pela equipe, formada pela enfermeira Cíntia Aparecida Fabiano, o motorista socorrista Fernando Basso e o médico David Valero. ✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp "Perder uma vítima nunca agrada uma equipe. São vidas. A gente lida com vidas todo dia. E o contraponto desse momento triste foi a vida que acabou nascendo em nossas mãos ali na beira da rodovia. Foi uma alegria e tanto. Para nós, que sofremos uma semana antes com uma perda, foi revigorante e um incentivo para continuar salvando mais gente", afirma Fernando Basso. O atendimento ao acidente que vitimou Miguel Francisco Fioresi, de 6 anos, foi filmado e somou milhares de visualizações nas redes sociais. Para a enfermeira Cíntia, a repercussão tornou público algo que é comum no cotidiano dos socorristas. "Serviu para as pessoas verem que por trás de uma farda tem pessoas, tem corações... A gente tem família, tem filhos, então a gente sente a emoção de cada ocorrência. A gente está aqui para contemplar a vida e para fazer o nosso melhor sempre", compartilha. Dias após chorarem por morte de criança, socorristas atendem parto na mesma rodovia João Frigério Muitas surpresas Segundo Maria Aparecida Neves Chaves, mãe de Ayla, o nascimento da bebê estava previsto para acontecer no dia 31 de outubro. Porém, na terça-feira, a bolsa estourou. Sem saber o que fazer, ela acionou a avó da bebê, Elenilza Neves, e chamou carro por aplicativo de corridas. "Eu ainda falei para o motorista: 'A gente está indo para a maternidade, vai ser tudo ou nada', só que eu não imaginava que o bebê nasceria no meio do caminho. Eu pensei que a gente ia conseguir chegar na maternidade", conta a avó. Enquanto a Elenilza dava suporte para a filha dentro do carro, o motorista avistou policiais, que abriram caminho em meio ao trânsito para veículo. Ao mesmo tempo, os socorristas da Via Araucária foram chamados. Além da surpresa no parto, foi junto com os socorristas que Maria Aparecida descobriu o sexo da criança. "Deus deu essa benção para nós de trazer uma vida ao mundo. Eu sou pai e esse atendimento da semana passada, para mim foi bem traumático, mas agora gente recebeu a benção de um atendimento totalmente diferente", afirma o médico David Valero. Elenilza ajudou no nascimento da neta, Ayla Maria Rafael Trindade/RPC LEIA TAMBÉM: Ciência: Hospital constrói bunker com 800 m³ de concreto e 30 toneladas de gelo para abrigar equipamento radioativo inédito na América do Sul Saúde: Melhora advogada que salvou família de incêndio, diz boletim Empatia: Mãe que perdeu filha após falhas de atendimento luta por progresso na segurança de pacientes Cotidiano A equipe de socorristas conheceu Ayla, por meio de uma chamada de vídeo, na manhã desta quinta-feira (23). Nela, Maria Aparecida agradeceu o suporte dos três no nascimento da criança. "Eu nem pensei em nada, só queria que nascesse logo. Deus direcionou todos eles para o meu caminho no tempo certo", afirma. Enquanto os três conversavam com a equipe de reportagem do g1, foram acionados para o atendimento de uma nova ocorrência. Em poucos segundos, deixaram a entrevista e estavam partindo para socorrer outra vida: dessa vez, um motociclista, que teve ferimentos leves e foi encaminhado para um hospital. "A gente trabalha em um trabalho de alto estresse, então tem que estar preparado para tudo", detalha Davi. Socorristas choram pela morte de criança em batida entre caminhões no Paraná João Frigério VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Paraná.