Correios vão precisar de mais R$ 8 bilhões em 2026; plano de reestruturação prevê 15 mil demissões e mil agências fechadas
Correios precisarão de mais R$ 8 bilhões em 2026 O presidente dos Correios disse nesta segunda-feira (29) que a estatal vai precisar de mais R$ 8 bilhões em ...
Correios precisarão de mais R$ 8 bilhões em 2026 O presidente dos Correios disse nesta segunda-feira (29) que a estatal vai precisar de mais R$ 8 bilhões em 2026. Os prejuízos vêm se acumulando ao longo dos últimos três anos, com queda de receitas e aumento de despesas. Cerca de 60% das despesas são com gastos de pessoal. Pesam também os precatórios - dívidas que a estatal é obrigada a pagar por decisões judiciais. O presidente dos Correios disse que o modelo da estatal com foco na entrega de cartas não é mais viável. Emmanoel Rondon reconheceu que a empresa perdeu mercado diante da concorrência na entrega de encomendas. "A parte de encomendas passou a ter uma relevância muito maior como fonte de receita da companhia, e as cartas acabaram caindo. Essa mudança do ambiente fez com que o modelo de financiamento da companhia ficasse inviável. Isso tudo gera perda de competitividade que a gente viu dentro do setor de encomendas. Hoje, o setor mais relevante do ponto de vista da operação de receita, o market share da gente caindo de 51% para 22% desde 2019. Então, foi um período muito curto de tempo". Em 2024, os Correios registraram um prejuízo de R$ 2,6 bilhões. Em 2025, já são R$ 6 bilhões. Para tentar sair dessa crise, os Correios fecharam um empréstimo de R$ 12 bilhões com cinco bancos - dois públicos e três privados. O Tesouro Nacional autorizou o negócio. O contrato vai até 2040, com garantia da União. Esse empréstimo faz parte do plano de reestruturação da estatal, que foi dividido em três fases. A primeira vai até março de 2026. O objetivo é usar o dinheiro do empréstimo para recuperar o caixa dos Correios, continuar as operações e quitar ou renegociar dívidas em atraso. Depois, nos próximos dois anos, uma fase de reestruturação para tentar reduzir gastos e aumentar as receitas. Aqui está previsto o plano de demissão voluntária para 15 mil empregados, a revisão de cargos e de planos de saúde e previdência, e o fechamento de mil agências - cerca de 20% do total. Os Correios calculam que as duas medidas podem gerar uma economia de R$ 4,2 bilhões por ano. No lado da arrecadação, a estatal quer vender imóveis ociosos, o que renderia mais R$ 1,5 bilhão, fechar parcerias no setor de logística e diversificar as atividades, como serviços financeiros e de seguros, o que poderia gerar um ganho anual de R$ 1,7 bilhão. A terceira fase, a partir de 2027, prevê a revisão do modelo de negócios dos Correios, o que pode levar até a mudanças no quadro societário. Correios vão precisar de mais R$ 8 bilhões em 2026; plano de reestruturação prevê 15 mil demissões e mil agências fechadas Jornal Nacional/ Reprodução O presidente dos Correios disse que a estatal pode precisar de mais R$ 8 bilhões em 2026. Emmanoel Rondon argumentou que o empréstimo ficou abaixo do valor que a estatal queria - um total de R$ 20 bilhões. O dinheiro adicional, segundo ele, pode vir de um novo empréstimo ou até de um aporte direto do Tesouro Nacional. "Permanece a necessidade de captação de R$ 8 bilhões. Agora, essa necessidade de captação vai ser vista ao longo do ano de 2026 para ver se a melhor opção é aporte ou outra operação de crédito, como é que a gente faz a composição. Não está definido ainda”, diz Emmanoel Rondon, presidente dos Correios. O presidente dos Correios afirmou que espera uma piora no resultado do próximo ano porque nem todas as medidas têm efeito imediato, e que só em 2027, se tudo der certo, a estatal deixará de dar prejuízo. LEIA TAMBÉM Após empréstimo de R$ 12 bilhões, Correios precisarão de mais R$ 8 bilhões em 2026, diz presidente Correios fecham empréstimo de R$ 12 bilhões com bancos para reforçar caixa