cover
Tocando Agora:

CNJ suspende punições contra Prefeitura de SP em disputa sobre pagamento de precatórios

Fachada do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Lucas Castor/Agência CNJ O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concedeu uma liminar nesta quarta-feira (22) que ...

CNJ suspende punições contra Prefeitura de SP em disputa sobre pagamento de precatórios
CNJ suspende punições contra Prefeitura de SP em disputa sobre pagamento de precatórios (Foto: Reprodução)

Fachada do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Lucas Castor/Agência CNJ O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) concedeu uma liminar nesta quarta-feira (22) que suspende temporariamente as punições contra a Prefeitura de São Paulo em uma disputa com o Tribunal de Justiça do Estado (TJSP) sobre o pagamento de precatórios. 🔍 Precatórios são dívidas acumuladas pela União e governos locais cujo pagamento já foi determinado pela Justiça. A decisão foi assinada pelo ministro Mauro Campbell Marques, corregedor nacional de Justiça. A prefeitura recorreu ao CNJ após o setor responsável por precatórios do TJ-SP negar o pedido para ajustar o plano de pagamento de 2025 às novas regras definidas pela Emenda Constitucional nº 136, em vigor desde 10 de setembro. Segundo o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), a decisão "garante a aplicação já desde a promulgação da PEC e para este ano (não completo) representa R$ 800 milhões. No ano que vem (ano inteiro) e demais, representa R$ 2,5 bilhões". Veja os vídeos que estão em alta no g1 Esta emenda mudou a forma como estados e municípios devem calcular quanto podem gastar por ano para quitar precatórios, com base em um percentual da receita corrente líquida — o dinheiro que cada governo arrecada. Na decisão, o ministro entendeu que as novas regras valem imediatamente, incluindo planos que já estavam em andamento, e que a negativa do TJ-SP poderia trazer prejuízos à prefeitura, como o bloqueio de verbas ou a proibição de emitir certidões de regularidade. Com isso, o CNJ determinou que o TJ-SP não aplique punições ao município até que o caso seja julgado em definitivo. O processo foi enviado ao Fórum Nacional de Precatórios (Fonaprec) para análise urgente e será submetido ao plenário do CNJ para avaliação da liminar. A emenda, que foi promulgada em setembro, limita o pagamento de precatórios por estados e escalona o pagamento de acordo com o montante do valor atrasado. Quanto menor o estoque de precatórios que a prefeitura deixou de pagar, menor será a prestação que ela terá de quitar (leia mais abaixo). Votação no Senado Em setembro, o Senado concluiu a votação e aprovou, em segundo turno, a proposta que impõe um limite de valor para o pagamento atrasado de precatórios por estados e municípios, na tentativa de auxiliar as contas dos entes. A emenda também criou uma transição de 10 anos, a partir de 2027, para que o governo federal incorpore o estoque de precatórios que deve na meta fiscal. O texto escalona o pagamento de precatórios de acordo com o montante do valor atrasado. Quanto menor o estoque de precatórios que a prefeitura deixou de pagar, menor será a prestação que ela terá de quitar. O limite para pagamento dos precatórios será a razão entre o estoque da dívida e receita corrente líquida (RCL) específica de cada estado. O cálculo será refeito a cada 10 anos. Em 1º de janeiro, por exemplo, se os valores totais em atraso forem de até 15% RCL do ano anterior, o município ou estado poderá pagar parcela equivalente a 1% dessa receita. O limite da prestação será correspondente a 5% da RCL, caso o estoque supere 85% da receita. O ente, se preferir, pode pagar além dos limites estipulados. Os índices vão valer mesmo para estados que não possuam estoque de dívida. Caso o ente atrase o pagamento, as regras da proposta serão suspensas e a Justiça poderá sequestrar o valor devido dos caixas das prefeituras ou governos estaduais. Se em 2036 ainda restar pagamento atrasado de precatórios, os limites vão ser aumentados em 0,5 ponto percentual.